“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”
O racismo é entendido muitas vezes como um tema tabu entre os brasileiros ou tema pouco discutido, uma vez que, no Brasil ninguém se considera racista.
O racismo é cercado de polêmicas entre elas o sistema de cotas, utilizadas por algumas universidades para melhor integrar a população ao curso superior, contudo para muitos é uma forma de aumentar o racismo e para outros uma forma de corrigir os erros do passado.

O racismo se esconde por vezes atrás brincadeiras de forma camuflada, e explicita como ocorre na internet e redes sociais.
Recentemente vários casos de racismo na internet foram divulgados nas redes sociais e diversas mídias, alguns (maus) exemplos contra a triz Thaís Araújo, Maju do Jornal Nacional, a filha dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, o goleiro Aranha e anônimos.
Que a sociedade possa conhecer, debater e refletir sobre a questão de uma forma positiva, dando as pessoas as formas de enfrentar, evitar e combater o racismo, contribuindo assim para um mundo melhor, mais justo e esclarecido onde o respeito se sobressaia diante de teorias infundadas e mesquinhas que levam pessoas a uma regressão moral causando muitos males a raça “humana”.
Abaixo pesquisas referentes ao conceito, origens, e dados históricos referentes ao tema.
Definição
Racismo é a convicção teórica sobre a superioridade de determinadas raças, com base em diferentes motivações, em especial as características físicas e outros traços do comportamento humano, hereditárias, inteligências ou manifestações culturais. Ou seja, uma atitude preconceituosa e discriminatória contra indivíduos de certas raças ou etnias, é racismo. Consiste em uma atitude depreciativa não baseada em critérios científicos em relação a algum grupo social ou étnico.
No sistema racista o valor do ser humano não é determinado por suas qualidades e defeitos individuais, mais sim pela sua pertinência a uma “nação racial coletiva”. Racismo é a convicção de que existe uma relação entre as características físicas hereditárias, como a cor da pele, e determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais.
Origem
Comportamentos racistas começaram desde cedo na história da humanidade, frequentemente era uma forma de defesa de um grupo contra invasores pacíficos que apresentavam características distintas. O racismo ganhou mais força quando as potências europeias colonizaram outros países.
Historicamente, o racismo era uma forma de justificar o domínio de determinados povos sobre outros, como se verifica no período de escravidão, colonialismo, e nos genocídios (crimes contra a humanidade) ocorridos ao longo da história.
No século XX, algumas formas de racismo como o Nazismo e o Apartheid marcaram a história.
O racismo continua sendo um problema muito sério em vários países. Continua a existir mesmo em países desenvolvidos onde supostamente já não existe, como por exemplo nos Estados Unidos da América (especialmente no Sul).
Bebedouros distintos para “brancos” (white) e “negros” (colored) nos EUA em 1939.
Ku-Klux-Klan , em 1867, uma seita racista criada por fazendeiros do sul, e que existe até hoje.
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Embora não haja nenhuma comprovação de uma determinada raça ser superior ou inferior a outra, pessoas em todo o mundo foram atingidas por grupos que se consideravam superiores.
O Apartheid foi um sistema de segregação da população negra, que vigorou entre 1948 e 1994, comandado pela minoria branca na África do Sul. A política racista do apartheid, pretendia impedir todo o relacionamento entre os indivíduos de “raças” diferentes e submeter a maioria da população a uma reduzida minoria caucasiana.
O racismo pode estar relacionado com a política de um país, sendo um dos maiores exemplos, a Alemanha nacional-socialista, que perseguiu e exterminou judeus, ciganos, eslavos, etc. A intenção dos nazistas era exterminar os judeus, com base em argumentos sobre a superioridade da raça germânica.
O antissemitismo (racismo contra judeus) levou a uma perseguição desenfreada e exterminação de milhões de judeus e de outros povos, culminando na Segunda Guerra Mundial.
Duas famílias judias alemãs em uma reunião antes da Guerra. Apenas duas pessoas deste grupo sobreviveram ao Holocausto.
Foto tirada na Alemanha, 1928. — US Holocaust Memorial Museum
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Teorias racistas
Inúmeros foram os teóricos que formularam as bases intelectuais do racismo, dos quais destacamos:
• Gottlieb Fichte: em seus “Discursos à Nação Alemã” (1807), defendia a noção de que a Alemanha – por sua pureza racial e linguística – seria a vanguarda do Ocidente e herdeira das raízes gregas que nos fundamentam. Para o pensador germânico, somente o povo alemão, graças a uma identidade “sangue, solo e língua”, teria condições de pensar.
• Joseph Auguste Gobineau: no seu “Ensaio sobre a Desigualdade das Raças Humanas” (1852), formulou a teoria do arianismo, ou seja, a superioridade do loiro caucasiano. Seus discípulos, notadamente o compositor Richard Wagner e seu genro Houston Stewart Chamberlain, deram um toque antissemita ao arianismo. Não só os negros, amarelos e mestiços compunham os povos inferiores, mas também os judeus.
Todos os apologistas do racismo, apropriando-se indevidamente da “Teoria da Seleção Natural”, de Darwin, justificavam suas ideias a partir do conceito da “supremacia da raça mais apta”.
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Racismo no Brasil
O Racismo no Brasil, é fruto da era colonial e escravocrata estabelecida pelos colonizadores portugueses. Responsável pelo maior translado humano da história – entre 3,6 e 5 milhões de africanos foram importados para o Brasil, de várias partes do continente africano.
O Brasil é o país da diversidade, que abriga povos de diferentes culturas e origens, mas, apesar disso, e de todos os avanços que a sociedade brasileira tem visto nos últimos tempos, o preconceito racial ainda é muito evidente. Sem espanto, a característica mais marcante do racismo brasileiro é seu caráter não oficial, pois se a lei conferiu liberdade jurídica aos escravos, estes nunca foram de fato integrados a economia e, sem assistência do Estado, muitos negros caíram em dificuldades após a liberdade.
Outro atributo a escamotear o racismo no Brasil fora a ideologia do branqueamento, apoiada pelo governo, o qual facilitava a entrada imigrantes europeus e árabes em terras brasileiras, e por correntes científicas, como a corrente do darwinismo racial e do higienismo.
Estimulada pelo Estado, a imigração europeia subvencionada para substituir a mão de obra negra, dando a criação de status superior de cidadania para os imigrantes recém-chegados em relação aos negros, das promessas do Estado de embranquecer a nação, da participação periférica dos afro-brasileiros no processo de industrialização, da fraca representatividade política, da desqualificação de suas referências culturais, estruturou-se o que pode ser chamado o sistema de exclusão racial informal.
Não obstante, a mestiçagem, vista como o “clareamento” da população, criou raízes profundas na sociedade brasileira no início do século XX, pois, os negros foram abandonando e sua cultura africana, substituída por valores brancos, o que faz das vítimas do racismo o seu próprio carrasco.
Na prática, muitos negros(as) preferiram se casar com companheiros(as) de pele mais clara, posto que seus filhos teriam menos probabilidades de sofrer com o racismo. Contudo, a despeito de décadas de crescimento econômico, as disparidades sociais permanecem.
Em combate ao racismo e também como reconhecimento de sua existência, fora criada em 1951 a lei que tornou contravenção penal a recusa de hospedar, servir, atender ou receber cliente, comprador ou aluno por preconceito de raça ou de cor, a “Lei Afonso Arinos”. Posteriormente, com a Constituição Federal de 1988, a lei nº 7716, de 5 de janeiro de 1989, tornou o racismo um crime inafiançável.
Dia da Consciência Negra
No Brasil, o dia 20 de novembro faz menção à consciência negra, a fim de ressaltar as dificuldades que os negros passam há séculos. A escolha da data foi em homenagem a Zumbi, o último líder do Quilombo dos Palmares, em consequência de sua morte. Zumbi foi morto por ser traído por Antônio Soares, um de seus capitães. A localização do quilombo ficava onde é hoje o estado de Alagoas, na Serra da Barriga.
Um detalhe importante que é deixado de lado ou negligenciado por educadores, é que, Zumbi dos Palmares também possuía escravos. Vale ressaltar que o racismo existe não somente em relação aos negros, embora estes sofram mais as consequências.